domingo, 4 de agosto de 2013

Nova casa...

Mudei de "casa". A partir de agora, quem estiver interessado em continuar a ler as minhas crónicas e demais pensamentos pode fazê-lo no seguinte link:

susanavalente.wordpress.com


A viagem por cá foi óptima! Mas o navio prossegue a caminhada já ali ao lado...

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Quando uma pergunta ofende...

Ouvi na TSF, neste fim-de-semana, um jornalista a perguntar à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, se pretendia dar o exemplo, por esta continuar a trabalhar estando grávida de quase oito meses. O jornalista, cujo nome não vem ao caso, acreditará, como muitas outras pessoas que nunca passaram por uma gravidez, que as mulheres se apossam dessa circunstância como um pretexto para não trabalharem!

Sou mãe de dois filhos e, em ambas as gravidezes, trabalhei até ao limite da gestação. E não tinha motorista para me levar ao trabalho, nem tão pouco Secretários de Estado em quem delegar funções ou "baby-sitter" ou doméstica para me aliviarem dos fardos caseiros!

Deslocava-me diariamente para o meu local de trabalho de transportes públicos, tendo muitas vezes que viajar de comboio, de metro, de autocarro e ainda de carro no mesmo dia. Tantas vezes tive que correr, para não perder o comboio, com uma barriga substancial e ainda a minha filha, que então tinha três anos, ao colo! Tantas outras fiz viagens de quase uma hora em pé, com a barriga bem grande e empinada mesmo em frente aos lugares reservados às grávidas.

Felizmente, tive condições físicas para manter um ritmo alucinante, sem consequências de maior para os meus filhos. Mas há quem não tenha a sorte de o fazer - não acredito que haja mulheres que usem a sua gravidez como desculpa para ficarem em casa a descansar! Há aquelas que são forçadas a isso por razões médicas.

E se a gravidez não é uma doença, como era encarada noutros tempos, também não é pouca responsabilidade na estrutura física, psicológica e familiar de uma mulher. Quem desvaloriza isso é insensível e ignorante.

Quanto à senhora ministra da Agricultura tem tido uma postura tranquila e quase maternal relativamente a uma comunicação social que, de repente, parece ter descoberto que há mulheres grávidas que trabalham neste país! É certo que só temos uma super-ministra, mas não faltam super-mulheres por aí.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Morre um pouco de nós...

Percebemos que estamos a ficar velhos quando as pessoas à nossa volta morrem... Quando as doenças com os nomes assustadores levam os novos demais e os mais velhos também...

Morre também um pouco de nós com essas pessoas que partem e que nos são ou foram próximas, nalgum momento das nossas vidas. Vamos perdendo pedaços, mas seguimos em frente, caminhando com o fantasma da efemeridade da vida persistentemente mais presente.

E que podemos fazer? Chorar, enxugar as lágrimas e levantarmo-nos para mais um dia...



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Roubada num instante...


Fui vítima de fraude bancária. Alguém usou indevidamente o meu cartão de crédito para comprar ou pagar sei lá o quê! Um cartão de crédito que nunca usei e que nunca perdi ou me foi roubado.

Fui roubada de forma instantânea e já perdi não sei quantas horas do meu tempo a tentar recuperar o dinheiro que me pertence. Vários telefonemas para o Banco, para aqueles números de valor acrescentado que se cobram generosamente; várias horas na GNR, para apresentar queixa; várias deslocações ao Banco para assinar papéis às "pinguinhas"...

Mesmo que venha a recuperar o meu dinheiro, ninguém me pagará o tempo perdido, nem os incómodos vividos com esta situação.

O Banco foi absolutamente célere, como sempre, a cobrar-me a dívida que não contraí! Já se "pagou" do valor usado em crédito (que não foi assim tão pouco!). Felizmente, tinha o dinheiro em causa para pagar a dívida que não fiz sem ter que suportar juros. Mas, caso não tivesse esse valor, o ónus dos juros ser-me-ia sempre imputado a mim! Mesmo que a fraude venha a ser comprovada e que o dinheiro me seja devolvido, como devido, o Banco nunca me retornaria o valor dos juros eventualmente pagos. Absurdo e absolutamente ilegítimo!

O processo de averiguações do Banco deve demorar cerca de dois meses, disseram-me. Felizmente, não preciso do dinheiro em causa para dar de comer aos meus filhos ou para pagar as minhas contas. Mas, e se precisasse? Como é que uma instituição bancária não dá uma resposta mais célere a casos como estes?! Está em causa a confiança que, como cliente, deposito na instituição, mesmo que esta não tenha responsabilidades directas pelo sucedido.

Não é à toa que as pessoas sentem, na actualidade, os Bancos como agiotas dos tempos modernos. Eu tenho vindo, gradualmente, a perder convicção nas instituições bancárias que se promovem como de absoluta fidedignidade. Não é bem assim! O problema é que as suas práticas pouco éticas estão legalizadas.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

FC Porto-Benfica: o diferencial que desequilibra a balança


A imagem de marca do FC Porto-Benfica de 11 de Maio passado, com Jorge Jesus de joelhos face a um Vítor Pereira louco de alegria, é o testemunho perfeito para o final épico que o clássico teve.

A fotografia tem ainda subjacente a ideia de um treinador consagrado subjugado por um outro que não provou ainda em absoluto o seu valor (pelo menos na perspectiva do adepto de futebol) - comummente se diz que no FC Porto qualquer treinador se arrisca a ser campeão.

São curiosamente, ou nem tanto, dois treinadores que estão longe de serem consensuais entre os adeptos de Benfica e FC Porto. Têm estado ambos entre o ódio e o amor, no coração de benfiquistas e portistas.

Antes deste clássico, Jesus era endeusado na Luz perante um título que parecia absolutamente certo; já a Vítor Pereira todos os portistas apontavam a porta de saída, face à quase certeza de uma época perdida. O técnico dos dragões entrou para o jogo como um "treinadorzinho" e saiu dele como figura magna, conforme se pode atestar pela forma como dominou a conferência de imprensa depois do apito final - até se deu ao luxo de mandar umas bocas a Pinto da Costa, quando insinuou que não precisava do FC Porto para continuar a treinar!

Aquela que parecia uma época gloriosa para as águias poderá, no fim de contas, tornar-se num autêntico pesadelo e Jesus poderá sair da Luz pela porta mais pequena. Em quatro  temporadas no Benfica, venceu somente um título (2009/2010) e três Taças da Liga (2009/2010, 2010/2011, 2011/2012). Muito pouco para um treinador que é reconhecidamente bom no seu trabalho. Jesus merecia verdadeiramente um pouco mais! E o Benfica tem um estatuto que lhe exige outro volume de triunfos, mas continua sem encontrar a fórmula para travar a supremacia do FC Porto. Não sei se o problema será do treinador presente, mas é certo que Jesus tem respeitado demasiado o grande rival do Dragão.

Vítor Pereira, que ainda há quatro temporadas treinava na Segunda Liga, ganhou um título (2011/2012) e duas Supertaças Cândido de Oliveira (2011 e 2012), em duas temporadas como treinador principal do FC Porto.

Acredito que Jesus é melhor treinador do que Vítor Pereira, mas os números não enganam e, no lado concreto dos factos, é o segundo que se revela mais eficaz. Em alguns casos, o Benfica parece ter esta capacidade de piorar os seus profissionais. Já o FC Porto consegue, tantas vezes, aprimorar o mais mediano treinador ou jogador. E este é o diferencial que desequilibra a balança na eterna rivalidade entre os dois clubes.

Espero que Vítor Pereira se sagre campeão no domingo para deixar o FC Porto pela porta grande - ele merece provar o seu  valor longe da sombra vitoriosa do Dragão e o FC Porto merece um treinador mais capaz em termos europeus. E que Jesus salve a época do Benfica vencendo a Liga Europa e, já agora, que preserve o seu lugar no banco da Luz.