segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Quando os jornalistas se tornam alcoviteiras...


Nos últimos dias a comunicação social portuguesa andou assoberbada com a história da Pepa e com o seu infame desejo de ter uma Chanel em 2013. Não será sonho alheio a muitas mulheres, mesmo em tempos de crise - sonhar ainda não paga impostos! O que é verdadeiramente preocupante não é a potencial vacuidade da miúda de 25 anos, mas a inutilidade da história que a tem como figura central.

Que um vídeo se torne viral, porque nas redes sociais se reage em massa, seja negativamente ou positivamente, não é notícia que mereça tanto destaque nos média nacionais. Nem o são os desejos supérfluos de alguém que era anónimo até ter sido atirado para o centro desta polémica ridícula! Isto não é jornalismo.

A forma como os jornais e os demais órgãos de informação vêm dando "ouvidos" e "voz" a "tweets" ou "posts" no Facebook e em blogues não é mais do que publicidade aos envolvidos. Não é informação, é coscuvilhice! É apenas uma forma diferente, mais modernizada, do passa-palavra que se pratica nas pequenas terrinhas e que transforma uma curiosidade numa história bíblica!

É caso para lembrar as palavras do jornalista Paul Salopek, vencedo do Prémio Pulitzer, e que versam o seguinte:

"The sheer volume of news being generated from professional journalists, citizen journalists, from tweets and blogs or what have you, is nearly self-defeating. It’s a tsunami of information. It’s almost unprocessable. We don’t need more information. We need more meaning".

É mesmo isso, precisamos de mais sentido na informação que se produz. E urge, assumindo ainda as palavras de Salopek, "desacelerar", parar um pouco para mensurar as coisas e situar o ponto naquilo que é verdadeiramente notícia.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Estão a matar a RUM!


Tive o privilégio de trabalhar na RUM (Rádio Universitária do Minho) nos idos 2000 e fiquei com o "bicho" da Rádio entranhado, como acontece com todos os que experimentam esta maravilhosa ferramenta. Já na altura a Rádio atravessava grandes dificuldades financeiras e os profissionais da casa recebiam o cheque salarial de vez em quando, como uma surpresa inesperada! Mas isso não nos inibia de darmos o "litro" diariamente, de trabalharmos com afinco e da melhor forma que sabíamos.

No presente a RUM vive mais um período delicado que poderá, em última instância, decapitar de vez a viabilidade da emissora. Mais uma vez fruto de problemas de foro financeiro, e em virtude de um diferendo com a Antena Minho, a Rádio está sem emissão. É caricato que seja precisamente uma "colega" de actividade a "calar" uma Rádio que ajudou tantos profissionais a crescerem. Por lá passaram muitos licenciados da Universidade do Minho (UM) que estão hoje a trabalhar nos mais diversos órgãos de comunicação social. Tenho a certeza que todos têm uma memória saudosa da RUM, e dos ensinamentos que retiraram da experiência, apesar do dinheiro que ainda lhes será devido. É esse definitivamente o meu caso.

A RUM não é apenas uma Rádio local que se debate desde há muito com a falta de dinheiro e a falta de apoios. É uma Rádio universitária, um espaço de aprendizagem e experimentação que deveria ser fundamental na vida académica da UM e no próprio quotidiano de uma Braga que cresceu alimentada pelos estudantes e pelo desenvolvimento e prestígio granjeados pela Universidade. Mas na verdade nunca foi esse lugar essencial. E nem sequer tem o devido respeito das Rádios vizinhas, mais do que concorrentes, companheiras de batalha. Muito menos tem merecido o necessário suporte das autoridades locais.

Há muito que a RUM persiste abandonada por aqueles que têm a responsabilidade de a aguentar e de a levantar, tornando-a economicamente viável e um verdadeiro instrumento da comunidade universitária. Nem a reitoria da UM, nem as sucessivas Associações Académicas assumiram o papel que lhes competia, sacudindo a água do capote perante as dificuldades.

Em tempos de crise, é muito fácil decidir "calar" a RUM. Até a própria comunidade universitária estará pouco ciente do carisma da Rádio e da importância que esta poderia ter, não apenas para os estudantes de Comunicação Social, mas também para os demais cursos e para a própria dinâmica da Universidade. Num momento em que o ensino superior se debate com o corte nos financiamentos do estado, não acredito que seja desta que se assumam os deveres para com a RUM, o que deixa a Rádio num absoluto beco sem saída.

Entristece-me pensar que o fim poderá mesmo chegar para a Rádio que tantas paixões nutriu e que só à força da paixão tanto tempo aguentou. É um pouco da minha memória, e da memória de todos os que passaram pela RUM, que se esfuma...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Revelação de Ano Novo

A minha filha passa os dias a prometer que vai portar-se bem... amanhã! É sempre amanhã!

Num vislumbre de Ano Novo, percebi onde é que a miúda apanhou esse jeito de adiar perpétuamente o palpável indesejável. É de mim! E desta mania de deixar continuamente para amanhã o que podia fazer hoje. Ó pá, mas hoje bate tão bem o "dolce fare niente"...

Eu prometo que amanhã, amanhã...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Resoluções de Ano Novo


1.ª - Ser melhor mãe.
2.ª - Ser melhor pessoa.
3.ª - Escrever uma obra prima!
4.ª - Relativizar.
5.ª - Comer menos.
6.ª - Sorrir mais.
7.ª - Queixar-me menos.
8.ª - Fazer mais.
9.ª - Pensar menos.
10.ª - Encontrar emprego bom!

Sim, sei! As resoluções de Ano Novo tendem a não passar do papel, mas pode ser que, contra todas as contrariedades, este seja o TAL ANO!