sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ora aí está o grande busílis do jornalismo...


"Urge encontrar un modelo que permita pagar decentemente por hacer buen periodismo".

Declarações de Alfonso Armada, veterano jornalista espanhol que trabalha no diário ABC, que afirma ainda o seguinte:
"Hasta ahora no hemos encontrado otra manera que la autoexplotación, la pasión, el entusiasmo y la sinceridad". 
Está claro que o problema do jornalismo, da sua auto-sustentação como profissão paga, está longe de ser somente deste pobre país em crise. É uma realidade global, o que torna ainda mais grave o caso!

E é também uma realidade mais flagrante nos dias que correm, marcados precisamente por essa crise que serve como desculpa para salários miseráveis ou para estágios não remunerados e trabalho escravo voluntário!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A minha costela bracarense está feliz


Lembro-me de ir ao velhinho Primeiro de Maio, nos anos da tenra juventude, assistir aos jogos do Sporting de Braga contra os grandes. Era uma desolação! Frente ao Benfica, o Estádio por completo empedernia-se a torcer pelo clube de Lisboa. E contra o FC Porto havia sempre a garantia de pedras a voarem pelo ar e de umas murraças trocadas nas bancadas, a apimentarem o futebol jogado.

Ainda não há muitos anos, quando morava em Braga, o habitual era ouvirem-se comemorações pelas vitórias do Benfica e nunca pelos triunfos do Sp. Braga.

Foi um longo caminho este o percorrido pelos arsenalistas rumo à conquista da Taça da Liga 2012/2013. Um título, convenientemente festejado pelos bracarenses, que o Sp. Braga merecia e que espero que venha a consolidar, definitivamente, o sucesso granjeado pelo clube nos últimos anos.

Como portista, ficaria um pouco envergonhada até por ganhar um troféu de uma competição que tanto temos desprezado. E para o futebol português a vitória do Sp. Braga na Taça da Liga é uma grande notícia.

Para lá das lágrimas de Hugo Viana nos festejos do título, assinalo a especial dedicatória feita pelos jogadores arsenalistas ao presidente António Salvador. Não simpatizando particularmente com a figura do empresário da construção civil, ele é, realmente, o grande timoneiro da ascensão da equipa. Claro que isso não teria sido possível se não tivesse sido apadrinhado por Mesquita Machado, o autarca de Braga há mais de 30 anos. E Salvador não se esqueceu do governante na hora do triunfo, salientando que esta "conquista também é dele".

Futebol e autarquias, autarquias e construção civil... Sim, é um novelo que se emaranha indefinidamente. Mas voltando só à bola propriamente dita, Salvador fica com os louros por ter guindado o Sp. Braga até ao mais alto patamar do futebol nacional. Não como o terceiro grande! Essa condição fica ainda para o Sporting que, apesar dos fracassos desportivos, persiste, a par de FC Porto e Benfica, como um dos três únicos clubes lusos com verdadeiro estatuto nacional.

António Salvador aprendeu com o melhor, o grande e inigualável Pinto da Costa. E já se vai falando dele como possível sucessor do presidente do FC Porto. Não me agrada a ideia. Mas é certo que o presidente do Sp. Braga tem um carisma popular, numa nota tipicamente minhota, que parece cativar as gentes. Falta saber se Salvador será capaz de manter o Sp. Braga num crescendo de sucesso ou se preferirá utilizar o trampolim arsenalista para voos maiores...


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Mecânica, limpezas e chuva...

Acabei de fazer um trabalhinho de mecânica no meu carro podre. E agora aguarda-me um dia inteiro de limpezas em casa. Ainda por cima, chove a cântaros. Que belo dia!


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Regras para os jornalistas que ainda o podem ser


Tropecei nestas 22 regras para jornalistas, através do Ponto Media, e assinalo as seguintes especialmente:


  • 1. O jornalismo é uma tentativa de discernir entre a verdade e a mentira. Não espere que ninguém lhe diga a verdade. Ninguém a dirá. Cabe-lhe a si descobri-la. […] Compare e contraste.
  • 10. Escrever é como fazer amor – é muito melhor quando se faz com um parceiro. Infelizmente, muitos jornalistas pensam que estão a escrever para eles. Estão tão interessados em satisfazerem os seus próprios egos que se esquecem de satisfazer o leitor.
  • 15.   Reportar e escrever são ferramentas que um jornalista usa. Mas o que ele realmente vende é conhecimento.
  • 20. A objectividade não existe. Mas há algo chamado justiça. Se pensa que os seus preconceitos não influenciam as questões que coloca e as histórias que escreve, está a sonhar. Não se preocupe em ser objectivo. Mas tente ser justo. Deixe toda a gente contar a sua versão da história.
  • 21. E agora que foi justo e deixou toda a gente contar o seu lado, não deixe que a justiça o afaste do seu objectivo. […] A verdade nunca é justa, nunca é equilibrada e nunca é objectiva.



Algumas premissas que ficam como espelho de um jornalismo que não temos, mas particularmente como uma tábua de salvação para os jornalistas que ainda têm o privilégio de o ser.