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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Quando uma pergunta ofende...

Ouvi na TSF, neste fim-de-semana, um jornalista a perguntar à ministra da Agricultura, Assunção Cristas, se pretendia dar o exemplo, por esta continuar a trabalhar estando grávida de quase oito meses. O jornalista, cujo nome não vem ao caso, acreditará, como muitas outras pessoas que nunca passaram por uma gravidez, que as mulheres se apossam dessa circunstância como um pretexto para não trabalharem!

Sou mãe de dois filhos e, em ambas as gravidezes, trabalhei até ao limite da gestação. E não tinha motorista para me levar ao trabalho, nem tão pouco Secretários de Estado em quem delegar funções ou "baby-sitter" ou doméstica para me aliviarem dos fardos caseiros!

Deslocava-me diariamente para o meu local de trabalho de transportes públicos, tendo muitas vezes que viajar de comboio, de metro, de autocarro e ainda de carro no mesmo dia. Tantas vezes tive que correr, para não perder o comboio, com uma barriga substancial e ainda a minha filha, que então tinha três anos, ao colo! Tantas outras fiz viagens de quase uma hora em pé, com a barriga bem grande e empinada mesmo em frente aos lugares reservados às grávidas.

Felizmente, tive condições físicas para manter um ritmo alucinante, sem consequências de maior para os meus filhos. Mas há quem não tenha a sorte de o fazer - não acredito que haja mulheres que usem a sua gravidez como desculpa para ficarem em casa a descansar! Há aquelas que são forçadas a isso por razões médicas.

E se a gravidez não é uma doença, como era encarada noutros tempos, também não é pouca responsabilidade na estrutura física, psicológica e familiar de uma mulher. Quem desvaloriza isso é insensível e ignorante.

Quanto à senhora ministra da Agricultura tem tido uma postura tranquila e quase maternal relativamente a uma comunicação social que, de repente, parece ter descoberto que há mulheres grávidas que trabalham neste país! É certo que só temos uma super-ministra, mas não faltam super-mulheres por aí.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Regras para os jornalistas que ainda o podem ser


Tropecei nestas 22 regras para jornalistas, através do Ponto Media, e assinalo as seguintes especialmente:


  • 1. O jornalismo é uma tentativa de discernir entre a verdade e a mentira. Não espere que ninguém lhe diga a verdade. Ninguém a dirá. Cabe-lhe a si descobri-la. […] Compare e contraste.
  • 10. Escrever é como fazer amor – é muito melhor quando se faz com um parceiro. Infelizmente, muitos jornalistas pensam que estão a escrever para eles. Estão tão interessados em satisfazerem os seus próprios egos que se esquecem de satisfazer o leitor.
  • 15.   Reportar e escrever são ferramentas que um jornalista usa. Mas o que ele realmente vende é conhecimento.
  • 20. A objectividade não existe. Mas há algo chamado justiça. Se pensa que os seus preconceitos não influenciam as questões que coloca e as histórias que escreve, está a sonhar. Não se preocupe em ser objectivo. Mas tente ser justo. Deixe toda a gente contar a sua versão da história.
  • 21. E agora que foi justo e deixou toda a gente contar o seu lado, não deixe que a justiça o afaste do seu objectivo. […] A verdade nunca é justa, nunca é equilibrada e nunca é objectiva.



Algumas premissas que ficam como espelho de um jornalismo que não temos, mas particularmente como uma tábua de salvação para os jornalistas que ainda têm o privilégio de o ser.